Fado Choradinho (003, Anónimo, c. 1845)


ID 003
Título(s) Fado Choradinho
Fonte Pimentel, A., A Triste Canção do Sul, Livraria Central de Gomes de Carvalho, Lisboa, 1904, p. 139.
Neves, César das & Pais, Gualdim, Cancioneiro de Músicas Populares, vol.3, Empresa Editora, Porto, 1898, p. 217
Compositor Anónimo
Autor Anónimo
Data c. 1845
Partitura 003
Midi Fado Choradinho
Métrica
Comentário da Fonte O Cancioneiro de musicas populares (fase. 18) traz este popularissimo Fado com a seguinte annotação: «Recolhido em Lisboa, em 1850. Este é um dos fados propriamente ditos, e dos mais antigos, por onde se moldaram outros muitos que posteriomente appareceram.»

Não ha duvida que é, chronologicamente, dos primeiros. Mas o primeiro decerto não foi. (Vide Fado do marinheiro). Bem podia ele ter estabelecido o tipo deste género de canções a julgar pela sua grande espontaneidade de sentimento, singela e profunda. Todavia a designação de Fado choradinho parece indicar que já havia outros, e que este se distinguia por um tom ainda mais plangente, donde lhe viera o nome. Em verdade, dir-se-ia um rosário musical feito de gemidos e suspiros.

O Cancioneiro dâ-lhe a lettra de algumas quadras populares, tais como esta:

Quem tiver filhas no mundo
Não fale das malfadadas:
Porque as filhas da desgraça
Também nasceram honradas.

É claro que se lhe pôde applicar qualquer outra letra.Este Fado está vulgarisadissimo.
Em Lisboa anda nas collecções das casas Sassetti, Engestrom, Lambertini, etc.

No Porto, Moreira de Sá escreveu sobre ele variações para piano, para rabeca, bandolim ou flauta com acompanhamento de piano ou de violão e guitarra.

Em Lisboa, Rey Colaço também glosou o Fado choradinho; dizia o jornal Novidades, de 31 de janeiro de 1903:

«Foi agora posto á venda mais um trabalho do illustre pianista Rey Colaço, uma das mais poderosas organisações artisticas do nosso paiz. É um fado (choradinho), e, como todas as producções inspiradas na melopeia que é o característico da nossa raça, esta de

Rey Colaço é cheia d’uma melancolia de poente do outono, terna e triste como uma despedida.

«O delicioso fado, que é dedicado ao sr. Raul Lino e estampa no frontispicio a reproducção da casa portugueza que aquelle architecto anda a construir para Rey Colaço, está á venda em todos os armazéns de musica.»

Comentário Pessoal
Comentário Filológico
Compasso 2/4
Andamento Andante
Tonalidade Dm
Número de Compassos 32
Estrutura AABB CCCC
Progressão || (Dm) i || V7 || V7 || i || (2x)
|| i || iv || V7 || i || (2x)
|| i || V7 || V7 || i || (4x)
Interpretações