ID | 005 |
Título(s) | Fado do Conde de Vimioso |
Fonte | Pimentel, A., A Triste Canção do Sul, Livraria Central de Gomes de Carvalho, Lisboa, 1904, p. 132 Neves, César das & Pais, Gualdim, Cancioneiro de Músicas Populares, vol.3, Empresa Editora, Porto, 1898, pp. 128 |
Compositor | Sales Patuscão |
Autor | Anónimo |
Data | 1864 |
Partitura | 005 |
Midi | Fado do Conde de Vimioso |
Métrica | |
Comentário da Fonte | O Fado do Vimioso foi publicado no fascículo 61 do Cancioneiro de musicas populares portuguesas. Acompanham-no algumas quadras, de origem manifestamente popular, porque são incorrectas e banais. O conde é ahi tratado pelo anagramma de Moisivo. A lettra é muito posterior á morte de D. Francisco de Paula, como se vè da seguinte quadra, penúltima do Fado:
Aqui ponho agora ponto. O auctor da lettra explora a lenda (elle mesmo emprega esta palavra) da «paixão» do conde pela Severa, cujos encantos avulta com poética phantasia: Quem lhe vê a lace morena, Quem uma vez lhe ouviu Quem a vê dançar o fado E, continuando a lenda, falla do conde como de um cego amante que tivesse morrido de amor: Assim Moisivo carpia Chorae, fadistas, chorae, O que é certo é que a lenda da Severa e do conde de Vimioso, tal como a musa popular a foi cantando ao sabor das multidões, estimulou a corrente que vulgarisou o Fado, especialmente no sul do paiz, e que lhe reforçou um caracter de vaga saudade, de tristeza plangente, em que parece pairar a longínqua memoria de uma supposta allucinação amorosa que um fidalgo bohemio experimentou por uma pobre moça fadista, de chinella de polimento ponteada a retroz vermelho. Todas as mulheres dos bairros iufamados, todas as criadas de servir, todas as camareras de botequim cantam de preferencia o Fado da Severa e o Fado do conde de Vimioso, dando-lhe uma intenção de aristocracia rehabilitadora pela esperança de que um novo conde, seguindo o exemplo de D. Francisco de Paula, venha enamorado, dedilhar a banza, em honra de uma segunda Severa plebea. «Ainda hoje, diz Pinheiro Chagas, (1) se ouve cantar a deshoras, com acompanhamento de guitarras, por vozes nem sempre da primeira frescura, uma melodia melancólica e plangente, que se denomina o fado do conde de Vimioso..» (1) Dicc. Pop., vocab. Vimioso. |
Comentário Pessoal | |
Comentário Filológico | |
Compasso | 2/4 |
Andamento | Andantino |
Tonalidade | Am |
Número de Compassos | 20 |
Estrutura | Intro AABB |
Progressão | || (C) I || V || V || (Am) i || || i || V7 || V7 || i || (4x) |
Interpretações |